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Privatização da Linha 5-Lilás favorecerá corrupção

11.07.17 Notícias, São Paulo Tags:,

O leilão da Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do metrô de São Paulo, previsto para o início de julho, foi adiado para o final de setembro. De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos o adiamento ocorreu a pedido de empresas do setor, para que mais companhias pudessem participar da concorrência.

Para o presidente da Fenametro, Paulo Pasin, o pedido de adiamento das empresas é para favorecê-las. “A estrutura deste leilão não permitia que as empresas perdedoras participassem do processo. Com o adiamento, novas regras serão criadas com o objetivo que todas possam ser sócias, realizar subcontratações”, acredita.

O governo Alckmin (PSDB) pretende entregar estas linhas ainda este ano para a iniciativa privada, e expandir a privatização para outras linhas do Metrô. A Fenametro é contra esta política, e denuncia as privatizações não apenas em São Paulo, mas em todo país.

Além de trazer aumento da tarifa, demissão de trabalhadores e precarização do serviço, a privatização está intimamente conectada com a corrupção. As empresas envolvidas nos escândalos da Lava Jato e do Trensalão são as mesmas que concorrem e vencem estes leilões, como foi no caso da Linha 4-Amarela.

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Elencada para ser privatizada, a Linha 5-Lilás já é alvo de denúncias de corrupção. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, executivos da Camargo Corrêa afirmaram em delação premiada que a construtora pagou R$ 2,5 milhões para fraudar a licitação das obras em 2010. Na delação, há ainda a afirmação de que os repasses favoreceriam um cartel, envolvendo além da Camargo Corrêa as empresas Andrade Gutierrez, OAS, Odebrecht e Queiroz.

O lance inicial deste leilão estava previsto para R$ 189,6 milhões, um valor extremamente baixo e que ainda será financiado com dinheiro público, pelo BNDES.

Os metroviários não irão aceitar a privatização, e esperam o apoio da população para combater esta medida. Por um metrô público, estatal e de qualidade.