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Mês de julho tem manifestações de mulheres negras em todo país

31.07.18 Geral, Notícias Tags:

O mês de julho é marcado por uma importante data, o 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

A data celebra a luta das mulheres negras de toda América Latina e Caribe, e no Brasil homenageia Tereza de Benguela, uma líder quilombola, fundamental na resistência de sua comunidade à escravidão.

De acordo com a Agência Patrícia Galvão, as mulheres negras são 59,4% das vítimas de violência doméstica, 62,8% das vítimas de mortalidade materna, 65,9% das vítimas de violência obstétrica e tem 2 vezes mais chances de serem assassinadas do que as mulheres brancas. Enquanto na última década a taxa de homícidio de mulheres brancas caiu 7,4%, a de mulheres negras aumentou 22%.

Em relação a renda, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), as mulheres negras ganham em média 60% a menos do que os homens brancos. Já no que se refere a educação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 10,4% das mulheres negras concluem o ensino superior.

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Dados como estes evidênciam a situação de profunda desigualdade que as mulheres negras vivem no Brasil, e mostram como a sociedade brasileira ainda é cheia de preconceito e tem um racismo estrutural.

Marielle, presente!

Nas diversas manifestações que ocorreram no Brasil para celebrar a data e mostrar a luta das mulheres negras, foi lembrado também o assassinato de Marielle Franco.

Marielle era vereadora do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL) e foi assassinada, junto ao motorista que a acompanhava, Anderson, no dia 14 de março, no Rio de Janeiro.

Mulher negra, militante da Maré e defensora dos direitos humanos, Marielle cumpria seu primeiro mandato como vereadora, sendo a 5ª mais votada da cidade, e denunciava a violência policial no Rio de Janeiro. Recentemente havia se tornado relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro criada para acompanhar a intervenção federal do Rio.

Mais de 4 meses após seu assassinato ainda não há uma resposta, e não se sabe quem matou Marielle.