Notícias

Governo faz campanha mentirosa sobre rombo na Previdência

06.02.18 Geral, Notícias Tags:

O governo de Michel Temer (PMDB) tem intensificado nas últimas semanas sua campanha na imprensa para tentar aprovar a Reforma da Previdência. Com argumentos mentirosos, Temer tenta fazer a população acreditar que há um rombo na previdência e que, em breve, não haverá dinheiro para pagar as aposentadorias.

As afirmações de Temer servem para criar uma cultura de medo na população, e diminuir a rejeição à sua proposta. O governo faz uma contagem errônea sobre quais valores devem ser considerados na Seguridade Social , e com isso mascara os reais problemas desta conta.

De acordo com o relatório final da CPI da Previdência, publicado no final de 2017, não existe rombo na Previdência. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), que é citada do relatório da CPI, afirma que a Seguridade Social apresentou em média saldo anual positivo de R$ 50 bilhões entre 2005 e 2016.

No relatório também se destacam dois problemas, a dívida de diversas empresas com o INSS e a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que pode retirar até 30% do caixa. Atualmente empresas como JBS, Bradesco, Vale e Marfrig devem R$ 426 bilhões em contribuições à Previdência. A Anfip ainda afirma que, de 2005 a 2014, R$ 500 bilhões foram retirados da Previdência através da DRU.

Veja também  Por que privatizar não é a solução?

Entenda a Reforma

Apresentada ao Congresso em 2016, a Reforma impõe uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e 62 anos para de mulheres e só garante aposentadoria completa para aqueles que contribuírem por 40 anos.

A Reforma de Temer não condiz com a realidade dos trabalhadores brasileiros. De acordo com ela, para se aposentar com salário integral será necessário trabalhar por quase meio século sem ficar um dia se quer desempregado e ainda contribuir durante todo esse tempo para a previdência.

Sabemos que estes números são impossíveis de atingir. Hoje, uma grande parcela da população está no trabalho informal e não contribui para previdência e também enfrenta períodos de desemprego, quando também não contribui. Além disso diversas regiões do país, como Norte e Nordeste e bairros periféricos das capitais, tem expectativa de vida inferior a 65 anos de idade.