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Em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, campanha contra a privatização dos metrôs avança

16.11.15 Notícias Tags:, ,

A campanha contra a privatização dos metrôs no Brasil está a todo vapor! Manifestações, audiências públicas, distribuição de materiais e conversas com a população estão acontecendo em todo o país. O anúncio de possíveis privatizações dos metrôs foi dado em julho pelo Ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), no que se refere aos metrôs de Belo Horizonte e Porto Alegre, e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo.

A Fenametro preparou na última reunião da sua diretoria, em setembro, uma campanha nacional contra as privatizações. Mobilizando seus sindicatos, a Federação planejou um calendário de lutas, com manifestações e ações de rua, produção de materiais como cartilhas e cartas abertas, além do apoio de figuras públicas importantes.

Metroviários de Belo Horizonte discutem a privatização com os usuários

Para barrar a tentativa de privatização do metrô de Belo Horizonte, que pertence a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais iniciou uma campanha contra a privatização. Entre as iniciativas está o dialogo com a população, e a tentativa de discussão das propostas da CBTU e dos setores governamentais.

A campanha se iniciou com uma audiência pública em Brasília, convocada pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Na audiência foram debatidos os projetos e recursos destinados ao Metrô de Belo Horizonte. A categoria demonstrou grande força e intenção de barrar a privatização, viajando mais de dez horas para estar presente.

De acordo com Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindicato, a audiência foi muito positiva. “Alguns deputados se manifestaram radicalmente contra a privatização. Isso dá até mais fôlego para a nossa luta”, afirmou.

dsc_0777baixaAlém da audiência, o Sindicato realizou um Café com o Usuário, uma tentativa de iniciar um diálogo com a população. Segundo Alda, na atividade foi entregue um questionário aos usuários. “Fizemos um questionário com diversas questões, se o usuário sabe o que são PPPs, o que pensa da tarifa, quais os malefícios e benefícios da privatização. A nossa intenção é realizar outras pesquisas como essa, para envolver e discutir com a população”, disse.

Após a realizações desses Cafés, serão recolhidos os questionários, sistematizadas as propostas e um documento será elaborado para enviar aos governos estaduais e federais.

A reação dos usuários foi ótima, avaliou Alda. “Os usuários pararam, conversaram, distribuímos mais de 7 mil panfletos”, afirmou.

Em São Paulo, campanha tem apoio de movimentos sociais, centrais sindicais e outros sindicatos

Após o anúncio do governador Geraldo Alckmin (PSBD) da privatização da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo, os metroviários iniciaram uma série de mobilizações, inclusive criando um comitê por um metrô público e estatal, que já conta com a participação de mais de 100 organizações, sindicatos e movimentos sociais.

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Entre as mobilizações feitas destaca-se a distribuição de Cartas Abertas, a realização de um ato na Estação Capão Redondo e outro na Estação Anhangabaú, dialogando com a população que será afetada com a privatização, e o lançamento de uma Frente Parlamentar em Defesa do Metrô Estatal.

A Frente Parlamentar é suprapartidária, composta por 25 deputados de diversos partidos e irá questionar a expansão tão lenta do metrô, pressionar para que hajam mais investimentos, discutir esse processo de privatização.

Para Altino Prazeres de Melo, presidente do Sindicato dos Metroviários, o anúncio da privatização da Linha 5 faz parte de um projeto maior, que se iniciou com a privatização da Linha 4 – Amarela. “É um desmonte do metrô. Se isto der certo eles ampliarãsetoriais_15-30o para as Linha 1, 2 e 3″, disse.

De acordo com Altino, o Sindicato irá explorar a contradição entre a grande aprovação da população com o serviço oferecido pelo metrô e a propaganda que o governo faz dele. “Se o metrô é tão bom, porque o governo quer vendê-lo?”, afirmou.

Apesar da proposta de privatização não ser conhecida por toda a população, e de não existir um sentimento de defesa do metrô estatal, Altino acredita que há um sentimento de que privatização não é exatamente melhoria ou eficiência. “Com as experiências das últimas privatizações das telefônicas, da parte elétrica, a população sentiu que aumentou muito o preço e nem sempre houve melhoria no serviço prestado”, disse.

Com abertura de catracas, metroviários do Rio Grande do Sul inauguram campanha

Em Porto Alegre o Sindicato dos Metroviários lançou sua campanha contra a privatização da Trensurb com a distribuição de materiais e abertura de catracas. Na sexta-feira, 9 de outubro, os metroviários liberaram as cancelas durante o horário de pico, na estação Mercado do Trem Metropolitano, a mais movimentada da cidade. Além disso, também foi lançado um abaixo-assinado online contra a privatização, que já conta com centenas de assinaturas.
Para Luis Henrique Chagas, presidente do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul, a recepção da população é ótima, e mostra que o povo está com os metroviários. “Quando você explica para a população que a tarifa poderá aumentar com a privatização, como é no Rio, ela entende a defesa”, afirma.

De acordo com Chagas, a tarifa em Porto Alegre é social, R$ 1,70, diferente do Rio, onde custa R$ 3,70. O presidente ainda afirma que apesar da Trensurb negar publicamente a intenção do governo federal de privatizá-la, veladamente admitem que o processo existe.

O Sindicato aguarda agora uma audiência em novembro, na Assembléia Legislativa do Estado, com a presença dos governos federal, estadual e municipal, além de representantes da Trensurb.

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