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Com Reforma da Previdência, brasileiros trabalharão até morrer

22.10.19 Geral, Notícias

Em debate final no Senado Federal, a proposta de Reforma da Previdência pode ser aprovada em breve. Sua aprovação pode significar o fim da aposentadoria para milhões de brasileiros.

Há diversos estudos que demonstram os prejuízos da Reforma para os trabalhadores e especialistas criticam inclusive os dados utilizados pelo próprio governo para justificar a Reforma.

Em debate realizado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em outubro, Henrique Nogueira de Sá Earp, professor da Unicamp, e André Luz Passos Santos, mestre em História Econômica pela USP, demonstraram que o governo utilizou dados falsos para justificar um possível deficit da Previdência.

Os cálculos do governo teriam sido baseados superestimando o valor das aposentadorias e num déficit inexistente.

Além da utilização de um déficit que não existe para justificar a Reforma, seus defensores utilizam o argumento de que a expectativa de vida vem aumentando.

De acordo com a proposta da Reforma haverá uma imposição de uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e 62 para mulheres, tempo mínimo – que dará direito apenas a aposentadoria parcial – de 20 anos de contribuição para os homens e 15 para as mulheres.

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Um estudo divulgado por uma universidade da Arábia Saudita, baseado na análise da expectativa de vida pós aposentadoria de funcionários da companhia aérea Boeing, mostra que quanto mais tarde a aposentadoria, menor a expectativa de vida.

No estudo, a idade média de morte de um funcionário que se aposentava aos 58 anos era de 80, enquanto aqueles que se aposentavam aos 65, como poderá ser no Brasil, morriam aos 67.

Hoje uma grande parcela da população está no trabalho informal e não contribui para previdência e também enfrenta períodos de desemprego, quando também não contribui. Em diversas regiões do país, como Norte e Nordeste e bairros periféricos das capitais, a expectativa de vida é inferior a 65 anos de idade.

A Reforma é um grande ataque aos direitos dos trabalhadores brasileiros e sua aprovação em 1º turno se deu de forma escandalosa, com um grande acordo do governo Bolsonaro com diversos parlamentares, com a compra de seus votos através da liberação de verbas milionárias para emendas.

Seguimos contrários a Reforma e ao projeto de Bolsonaro. Nenhum direito a menos!