Fenametro defende inclusão dos metroviários na nova política de segurança pública
30.06.25 Destaques, Notícias
No dia 25 de junho, a Fenametro (Federação Nacional dos Metroferroviários) enviou um ofício ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, solicitando uma reunião para apresentar uma proposta concreta: a inclusão dos agentes de segurança metroviários na estrutura da Nova Polícia Ostensiva Federal, atualmente em fase de formatação.
A medida se soma ao acompanhamento rigoroso que a Federação vem fazendo da PEC 18/2025, que propõe a criação da Polícia Viária Federal — fruto da reestruturação da atual PRF — com atribuições ampliadas para patrulhar estradas, ferrovias e hidrovias federais, no contexto de fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). A Fenametro defende que, assim como policiais ferroviários e guardas portuários, os(as) metroviários(as) também sejam contemplados.
A Federação argumenta que os agentes metroferroviários são profissionais concursados, treinados, e estratégicos para a segurança urbana. Atuam diariamente na proteção de milhões de usuários em ambientes complexos e de risco — especialmente nas grandes regiões metropolitanas — e têm formação com padrões semelhantes aos das forças policiais. A ausência de regulamentação específica para essa função criou um vácuo legal, que agora precisa ser enfrentado com seriedade.
Diante do crescimento da violência em trens e estações, a Fenametro propõe:
- Reconhecimento legal dos agentes de segurança metroviários como parte da Nova Polícia Ostensiva Federal;
- Destinação de recursos federais para capacitação e investimento em inteligência e tecnologia;
- Cooperação entre União e entes federativos para unificar protocolos de segurança;
- Criação de unidades especializadas no combate ao crime em áreas metroferroviárias.
A entidade também destaca que muitos metrôs no Brasil — especialmente aqueles operados pela CBTU — são derivados de antigas linhas ferroviárias, o que reforça a conexão direta com a malha ferroviária nacional. Ignorar essa realidade é repetir o erro histórico de desprezar os trilhos como eixo estruturante do desenvolvimento brasileiro.
Para a Fenametro, a construção de um novo modelo de segurança pública passa necessariamente por um SUSP que contemple todos os modais e os trabalhadores envolvidos, com estrutura, reconhecimento e direitos. A integração dos(as) metroviários(as) à nova política de segurança é um passo fundamental para garantir mais proteção à população e valorização a quem opera o sistema.
Seguimos em luta. A Fenametro mantém diálogo com o governo federal, parlamentares e entidades do setor para garantir que essa pauta avance. É hora de construir um modelo de segurança que enxergue o Brasil real: urbano, sobre trilhos e em movimento.