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UERJ resiste e enfrenta quadrilha fascista

31.10.17 Notícias, Rio de Janeiro Tags:,

A Fenametro repudia o ataque ocorrido na UERJ na noite do dia 25 de outubro. Um grupo de extrema direita invadiu e atacou um debate sobre a Revolução Russa que ocorria na Universidade.

Apoiamos a nota que segue abaixo:

UERJ resiste e enfrenta quadrilha fascista

O Brasil e o mundo têm enfrentado uma conjuntura adversa nos últimos anos, com o retorno de atos totalitários, de ódio e intolerância. Na noite do dia 25 de outubro de 2017, na comemoração dos 100 anos da Revolução Bolchevique, um grupo de vândalos marginais invadiu um espaço acadêmico de debates para fazer culto à ditadura e hostilizar os presentes.

Isto aconteceu na Pós-Graduação em História da UERJ – campus Maracanã.

O grupo estava à paisana e adentrou o recinto vestindo blusas em alusão ao militarismo, com bonés e escondendo os rostos nas fotos, ao mesmo tempo em que eles mesmos filmavam e tiravam fotos. Durante a Conferência da Professora convidada, um deles levantou a voz e gritou “a senhora é comunista”. Visivelmente alterados e com gestos de intimidação, o grupo tentou tumultuar o evento. A segurança foi acionada e dezenas de estudantes que estavam em salas e nos corredores correram para o local, em solidariedade ao evento. Um professor da História levou a turma inteira ao local para reforçar a luta da Universidade contra aqueles vândalos.

A UERJ resistiu e enfrentou os fascistas neoliberais. A coordenação do evento “100 anos de Revolução Bolchevique: História e Memória”, militantes e entidades dos movimentos sociais REPUDIAMOS veementemente a invasão e agressão a que foram submetidos os participantes da Conferência de encerramento e a própria UERJ como Instituição.

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Consideramos graves os fatos, cujo objetivo é disseminar o ódio e a intolerância. Essas pessoas comportam-se como marginais, buscando, com métodos de intimidação, desencorajar iniciativas de debates ou reflexões sobre temas que talvez nem conheçam.

O que ocorreu na UERJ no dia 25 de outubro, data marcante da Revolução de Outubro, é uma prova de que o totalitarismo bate à porta novamente. Não admitiremos essas práticas na sociedade, ainda mais dentro da Universidade que é o espaço do debate e da construção do pensamento crítico e autônomo. Essa atitude é um exemplo do que significou o regime ditatorial, persecutório e covarde. Temos certeza de que há militares que não comungam das mesmas ideias e práticas dessa camarilha insana. As Forças Armadas não são homogêneas, tal como não é a sociedade. Tomaremos as providências necessárias para que essas práticas não se repitam e os indivíduos sejam devidamente responsabilizados.

Continuaremos realizando debates e conferências com intuito de estudar e compreender melhor as questões mundiais, sob os mais diversos matizes conceituais.

Recusamos qualquer tipo de censura à Universidade e ao pensamento crítico.

Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2017.

COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO