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Privatização piora a vida nas cidades, amplia insegurança e adoecimento da população

01.08.25 Destaques, Notícias, Pernambuco, São Paulo Tags:, , ,

Durante todo o dia desta sexta (1º/8), os sindicatos da base da Fenametro participaram de Seminário Nacional do Contra a Privatização, atividade que compõe a programação do Seminário Nacional de Planejamento da Federação, com foco na construção de estratégias para fortalecer a luta em defesa do metrô público, de qualidade e acessível à população trabalhadora.

No centro dos debates, a privatização do transporte sobre trilhos foi apontada como uma ameaça não só aos direitos da categoria metroferroviária, mas à própria função social do transporte público. O presidente da Federação, Luiz Soares, destacou a importância de envolver a sociedade no enfrentamento a essa agenda privatista que, além de piorar os serviços, aprofunda desigualdades e aumenta a exclusão social.

“A luta pela reestatização é uma luta de todas e todos, uma luta pelo direito ao transporte. Precisamos mostrar à população que o metrô e o trem nas mãos do setor privado vira privilégio para poucos e risco para todos”, afirmou Luiz.

Experiências internacionais e nacionais inspiram a luta

Ainda durante a sua fala, o presidente da Fenamentro apresentou experiências concretas de reestatização do transporte público em países como México, onde se reverteu o processo de privatização após anos de piora na qualidade do serviço e aumento das tarifas.

Também no debate, foi citado como a China aplica uma projeto de investimento público em mobilidade urbana. Hoje com uma malha ferroviária total que saltou de cerca de 98 mil quilômetros para mais de 160 mil quilômetros em apenas 16 anos. Além disso, aquele país também possui mais de 45 mil km de trens de alta velocidade, integração dos modais e foco em planejamento urbano. “Lá, o transporte é prioridade de Estado. Aqui, querem entregar para empresários”, alertou uma das participantes.

No caso Brasil, a Fenametro sempre destaca a experiência do Piauí, que se destacou como referência ao implementar o passe livre intermunicipal para estudantes, pessoas com deficiência, idosos e trabalhadores de baixa renda — uma política concreta de tarifa zero que mostra que outro caminho é possível.

Cidades mais humanas, menos desiguais

Durante o debate, Alex Sartori trouxe uma importante reflexão sobre como a saúde mental está diretamente conectada à luta por cidades mais humanas e menos desiguais. Segundo ele, a luta contra a privatização do transporte é essencial nesse processo, pois afeta diretamente a qualidade de vida nas grandes cidades e o acesso pleno ao direito à cidade.

“A reconstrução urbana exige que o transporte público seja garantido como um direito. E a luta das trabalhadoras e trabalhadores metroferroviários é crucial para transformar as cidades em espaços de dignidade e bem-estar coletivo”, afirmou.

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Saúde no trabalho: desafio urgente

Pedro Tourinho, presidente da Fundacentro, destacou que a saúde mental se tornou um fator central da desorganização social nas últimas décadas. Para ele, enfrentar esse debate é um desafio urgente, especialmente porque o tema da saúde no trabalho ainda é indesejado por setores mais conservadores da sociedade.

“Isso por si só já revela o tamanho dos obstáculos que enfrentamos. É fundamental que avancemos com políticas públicas e protocolos que deem suporte aos trabalhadores e trabalhadoras diante das angústias e pressões do nosso tempo”, reforçou Tourinho.

Segurança, gênero e o papel dos sindicatos

Maria da Conceição, secretária de Assuntos da Situação da Mulher da Federação.

Além dos temas estruturais do transporte, a Fenamentro também pautou a segurança no trabalho e nos espaços públicos, com destaque para os impactos da privatização sobre as mulheres. A precarização dos serviços e a ausência de planejamento colocam em risco a integridade física e emocional das trabalhadoras do setor e das usuárias do transporte.

Maria da Conceição, da comitiva de Pernambuco e secretária de Assuntos da Situação da Mulher da Federação, ressaltou a importância de integrar o enfrentamento à violência de gênero na ação sindical:

“Privatização também é uma questão de gênero. As mulheres são as mais afetadas pela insegurança e pelo descaso. Os sindicatos e a Federação precisam estar lado a lado das mulheres na luta contra o machismo, a violência e o feminicídio.”

Próximos passos

O debate continua nos dias 2 e 3 de agosto, com ampla programa de trabalho e intenso debate. Confira a programação:

📍 SÁBADO – 2 DE AGOSTO
Debates por eixos e aprofundamento temático

  • 9h às 10h | Mesa 1: Valorização da categoria
  • 10h às 11h30 | Trabalhos em grupo
  • 11h30 às 13h | Debate em plenário
  • 14h às 15h30 | Mesa 2: Enfrentamento às opressões
  • 15h30 às 17h | Trabalhos em grupo
  • 17h às 18h30 | Debate em plenário

📍 DOMINGO – 3 DE AGOSTO
Encaminhamentos e construção da agenda nacional de lutas

  • 9h às 10h30 | Mesa 1: Finanças e estrutura sindical
  • 10h45 às 13h | Mesa 2: Programação das diretorias para o triênio 2025-2028

O seminário será encerrado com a sistematização das propostas e aprovação do plano de ação nacional. Um dos pontos centrais será o lançamento de uma nova jornada de lutas contra a privatização do transporte público, reafirmando o compromisso da Fenametro com um modelo estatal, acessível e de qualidade.

🛤️ Pelo transporte público estatal e eficiente, valorização da categoria e combate às opressões!
✊🏽 Unidade, organização e luta!