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Unidade e ação: Fenametro prepara jornada de luta em defesa do transporte público

03.08.25 Destaques, Notícias Tags:, ,

No Seminário de Planejamento da Fenametro, realizado de sexta (1/8) a domingo (3), foi marcado por um debate profundo e combativo sobre os desafios da categoria metroferroviária frente à conjuntura política e econômica do país. Dirigentes de diversas partes do Brasil trouxeram avaliações contundentes sobre o avanço das privatizações, os efeitos da terceirização, o esvaziamento dos serviços públicos e a urgência de uma resposta unificada da classe trabalhadora.

Durante os trabalhos, o presidente da Fenametro, Luiz Soares, que também preside o Sindmetro-PE, destacou que o momento exige unidade na construção de uma jornada de lutas da categoria, com foco em temas como segurança, combate à terceirização, enfrentamento das privatizações e a garantia do Acordo Coletivo Especial (ACE). Luiz afirmou ainda que, apesar da expectativa gerada com a eleição de Lula, o governo tem frustrado a categoria ao não avançar em medidas concretas de maior investimento no setor, fiscalização das gestões nos estados, reestatização e valorização dos serviços públicos.

“A categoria esperava mais. É hora de pressionar o governo que ajudamos a eleger, além do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas nos estados, para girar a pauta em favor dos trabalhadores e trabalhadoras, e garantir que o transporte sobre trilhos não seja destruído”, afirmou Luiz.

Debate dos estados

Compondo a mesa deste sábado, a vice-presidente do Sindimetro Rio Grande do Sul, e agente de segurança metroviária, Ana Paula Almada, atualizou sobre a situação da segurança e da luta central que a Fenametro está travando em Brasília. Ela ainda defendeu uma ação articulada em Brasília, não apenas para denunciar os efeitos das privatizações, mas também para reivindicar políticas de desterceirização e reestatização das empresas públicas.

Na mesma linha, o diretor da Fenametro Geraldo Ribeiro denunciou o projeto sistemático de destruição dos serviços públicos implementado pelo governador Tarcísio de Freitas, que entregou de bandeja para a Faria Lima a Sabesp e, agora, aponta sua mira para os trens e metrô de São Paulo. Ele destacou o impacto negativo das terceirizações — como o caso das bilheterias e a entrada da empresa Works —, e apontou que o avanço da financeirização das relações de trabalho tem fragilizado ainda mais a organização e os mecanismo de defesa dos direitos da categoria.

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Outros destaques dos estados apontaram:

  • A falta de transparência nos contratos com empresas terceirizadas, como os casos milionários envolvendo a Trensurb;
  • A necessidade de fortalecer a luta por concursos públicos como resposta estratégica à precarização;
  • A denúncia à militarização das estações, que agrava a violência e o clima de medo nos locais de trabalho;
  • A urgência de colocar em pauta a saúde mental dos trabalhadores, afetada pelo assédio, pela sobrecarga e pela insegurança no ambiente de trabalho;
  • A questão do ACE (Acordo Coletivo Especial), que precisa ser debatido de forma ampla com a categoria;
  • A avaliação de que a luta contra a privatização não pode ser apenas reativa, devemos disputar o imaginário popular sobre o papel dos serviços públicos e das empresas estatais, com protagonismo e iniciativa.

Unidade, luta e ação!

Ao final do seminário, a direção decidiu:

✅ Criação de campanha nacional unificada com o mote: “Em defesa do metrô público contra as privatizações e pela reestatização dos metrôs privatizados;

✅ Lançamento de um projeto de lei de iniciativa popular ou plebiscito contra a privatização e pela reestatização dos trilhos;

✅ Formação de grupos de trabalho sobre: Mulheres; ACE (Acordo Coletivo Especial); Complementação de aposentadoria; Organização e planejamento; Finanças e PEC da segurança.

A Fenametro sairá deste seminário com o compromisso de preparar uma jornada nacional de mobilização, articulando as bases nos estados, organizando agendas em Brasília e disputando as ruas, a opinião pública e os espaços institucionais. A defesa do transporte público estatal, de qualidade e sob controle social, passa pela mobilização dos trabalhadores e do povo.