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Terceirização Mata: Fenametro e Sindimetro-MG denunciam morte no Metrô

01.12.25 Destaques, Minas Gerais, Notícias Tags:, , ,
Metrô de Belo Horizonte — Foto: Metrô BH/ Divlgação

A Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) e o Sindicato dos Metroviários de Mina Gerais (Sindimetro-MG) manifesta profunda solidariedade à família de Raimundo Ferreira do Nascimento Junior, de 46 anos, trabalhador terceirizado que morreu na madrugada de sábado (29) enquanto realizava manutenção em uma subestação de energia da Estação Santa Inês, no Metrô de Belo Horizonte.

O acidente ocorreu durante uma intervenção realizada por uma equipe terceirizada da empresa Snef Brasil. Segundo relato de uma testemunha, sete trabalhadores participavam da atividade. O sistema elétrico havia sido desligado por volta de meia-noite para execução do serviço. No entanto, por razões ainda não esclarecidas, a energia foi religada às 3h30 da madrugada sem qualquer aviso à equipe, momento em que Raimundo manuseava cabos no barramento e acabou atingido por uma forte descarga elétrica. O Samu foi acionado, mas o trabalhador não resistiu.

A Fenametro alerta que esse tipo de ocorrência não é um caso isolado, mas um sintoma direto do modelo de privatização e terceirização que vem sendo imposto ao transporte sobre trilhos no país. A entidade destaca que a #TerceirizaçãoMata, porque empresas contratadas operam sob a lógica do corte de custos e do cumprimento de metas, frequentemente em detrimento da segurança das equipes e da manutenção adequada da infraestrutura.

Em nota, o Metrô BH informou que abriu apuração interna para esclarecer o ocorrido e que está colaborando com as autoridades. A Polícia Civil realizou perícia no local, recolheu materiais e aguarda laudos para determinar as circunstâncias da morte. Contudo, para a Fenametro e para o Sindimetro-MG, esses fatos reforçam a urgência de revisar o modelo de gestão que precariza o trabalho e coloca vidas em risco.

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A Fenametro ressalta que esse acidente ocorre justamente em um momento crítico, no qual a categoria em Minas Gerais segue mobilizada denunciando a privatização e seus efeitos nefastos ára o metrô e a população de Minas Gerais, denunciando que a entrega do sistema ao capital privado amplia riscos, reduz fiscalização e intensifica a terceirização — o que fragiliza ainda mais a segurança operacional.

Por isso, a Federação reafirma sua luta conjunta com o Sindimetro-MG, que há anos denuncia a falta de investimentos, o sucateamento sistemático e as consequências diretas desse processo na vida dos trabalhadores e dos usuários.

“Cada tragédia como essa evidencia que o sistema privatizado não protege quem opera, quem mantém e quem usa o transporte. Não aceitaremos que vidas sejam tratadas como custo, e seguiremos exigindo transporte público 100% estatal, seguro e com valorização profissional”, destaca a Fenametro.

As entidades exigem investigação rigorosa, responsabilização dos envolvidos e a imediata revisão das práticas de terceirização no setor. À família de Raimundo Ferreira do Nascimento Junior, reafirma solidariedade e compromisso com a luta por justiça e por um transporte sobre trilhos que respeite a vida.