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SP | Descarrilamento expõe comprova falência da privatização do Metrô

09.09.25 Destaques, Notícias Tags:, , ,
Último carro de trem da Linha 4-Amarela descarrilou na manhã desta terça (9) | Reprodução/Redes sociais

Nesta terça (9), um trem da Linha 4-Amarela, operada pela concessionária ViaQuatro, descarrilou próximo à estação Vila Sônia, paralisando o trecho entre as estações Paulista e Vila Sônia. Parte do trem se deslocou para a via contrária, bloqueando ambos os sentidos e interrompendo a operação. Inclusive, as transferências com a Linha 9-Esmeralda em Pinheiros foram suspensas temporariamente. Apesar da gravidade, felizmente não houve registro de feridos, e os passageiros foram retirados em segurança.

Esse acidente não é um evento isolado: trata-se de mais um capítulo da precarização promovida pela privatização. O arquiteto e urbanista Alex Sartori, do canal De que são feitas as cidades?, evidencia que contratos como o da Linha 4-Amarela favorecem as empresas privadas e penalizam o patrimônio público:

“Imagine uma empresa que em dois anos – após a compra da linha – aumentou seu lucro em mais de 400%, mesmo com vendas caindo 27%. Em 2021, esse lucro foi de quase R$ 1 bilhão. Essa é a ViaQuatro… Enquanto isso, o metrô estatal teve prejuízo de mais de R$ 1 bilhão em 2022.”

Dados recentes que reforçam a crítica sobre o péssimo serviço frente o lucro bilionário da ViaQuatro (2023): A concessionária reportou um lucro de R$ 765,4 milhões em 2023, após um reequilíbrio contratual. A receita bruta foi de R$ 1,6 bilhão, resultado de um aumento tarifário médio, crescimento da receita tarifária e um salto de 286% nos ativos financeiros.

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Esses números expõem um paradoxo: enquanto a Linha 4-Amarela gera lucro bilionário para a concessionária, sob contratos vantajosos, a operação pública segue sangrando recursos sem conseguir atender dignamente a população. A escala e frequência dos acidentes demonstram os limites desse modelo privatista.

A Fenametro reafirma:

  • A defesa de um transporte 100% público, sob gestão estadual, com transparência, fiscalização efetiva e foco no atendimento à população.
  • Rejeição aos contratos de concessão que transferem recursos públicos para empresas com lógica de lucro, negligenciando obras, manutenção e investimento em segurança.