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São Paulo: Tarcísio diz que Linha 10-Turquesa já tem data para ir a leilão

29.07.25 Destaques, Notícias, São Paulo Tags:, , ,

Na maior cidade da América Latina, a promessa de modernização do transporte sobre trilhos tem servido de pretexto para um projeto de desmonte do serviço público. Sob a gestão de Tarcísio de Freitas, o governo do Estado de São Paulo intensifica a privatização da rede ferroviária, ignorando os alertas da sociedade, os históricos de falhas e os prejuízos já vividos com experiências anteriores.

Embora o governador tenha tirado o foco, por ora, a concessão das principais linhas do Metrô, o avanço sobre o que resta do patrimônio público segue firme. A última linha da CPTM ainda gerida pelo Estado, a 10-Turquesa, já tem data para ir a leilão — junto com a futura Linha 14-Ônix — consolidando a entrega de mais uma parte da malha à iniciativa privada.

O que está em jogo é mais do que a gestão de trilhos: trata-se do direito à mobilidade urbana segura, eficiente e acessível. E os resultados das concessões são claros: acidentes graves, paralisações constantes, aumento de tarifas e superlotação tornaram-se marcas registradas das linhas sob controle privado. Quem depende da Linha 8-Diamante ou da Linha 9-Esmeralda, operadas pela ViaMobilidade, conhece bem a realidade de cancelamentos sem aviso, composições quebradas e atrasos diários.

A pressa em privatizar escancara uma lógica de exclusão. Os trilhos, antes pensados como infraestrutura pública a serviço da população, transformam-se em fonte de lucro para empresas, mesmo que isso custe a dignidade e segurança dos trabalhadores e dos usuários.

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Além dos prejuízos imediatos à população, o modelo de Parceria Público-Privada (PPP), que se propaga por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI-SP), implica riscos de longo prazo. Empresas lucram com tarifas abusivas, subsídios e aditivos contratuais, enquanto o Estado arca com prejuízos e as obras inacabadas.

A Fenametro tem atuado para denunciar e barrar o projeto de Tarcísio de Freitas que aponta sua mira para as futuras linhas 19-Celeste, 20-Rosa e 22-Marrom, mesmo diante do colapso dos modelos já implementados. reiterando sua falta de compromisso com a mobilidade urbana de qualidade. São Paulo precisa de investimento público, planejamento integrado e valorização dos trabalhadores do setor — não de pacotes prontos vendidos como solução mágica.

Em vez de entregar mais linhas ao capital privado, o governador Tarcísio de Freitas deveria ouvir os que estão nos trens todos os dias, enfrentando atrasos, insegurança e incertezas. A cidade que mais movimenta o Brasil não pode continuar refém de decisões que transformam o transporte coletivo em um ativo econômico para o lucro de poucos.