Nesta quarta (13), os metroviários de Pernambuco aprovaram, em assembleia histórica realizada na Estação Central, uma paralisação de 24 horas contra a privatização do Metrô do Recife. A paralisação começou às 22h desta quarta e segue até às 22h desta quinta (14), justamente durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital pernambucana.

A mobilização, organizada pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) e apoiada pela Federação Nacional dos Metroferroviários (FenametroENAMETRO), marca o início de uma campanha nacional imediata contra a entrega do sistema metroviário à iniciativa privada. O movimento cobra do governo federal investimentos públicos urgentes para a recuperação e modernização do metrô, que atende milhares de pessoas diariamente na Região Metropolitana do Recife.

Um apelo direto ao presidente Lula

Durante a campanha presidencial de 2022, o então candidato Lula assumiu publicamente o compromisso de que o Metrô do Recife não seria privatizado. Agora, diante da possibilidade concreta de entrega do sistema à iniciativa privada, os metroviários exigem que essa promessa seja cumprida.

“Não se trata apenas de uma pauta corporativa. Estamos falando do direito da população ao transporte público de qualidade. Privatizar o metrô é aumentar tarifas, precarizar o serviço e excluir quem mais precisa dele”, afirmou Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE.

“O presidente Lula prometeu que o metrô do Recife seguiria público. Nossa luta é para que essa palavra seja honrada”, completou.

Campanha nas ruas: outdoors e painéis de LED denunciam a privatização

A campanha já está nas ruas de Recife. Outdoors e painéis de LED foram instalados em pontos estratégicos da cidade, com mensagens diretas ao presidente:

“Lula, cumpra sua promessa. Não privatize o metrô do Recife.”
“Lula, teu governo vai privatizar o metrô do Recife?”
“Não à privatização! Em BH, a passagem subiu para R\$ 5,80.”

Um dos principais painéis está localizado na Av. Antônio de Góes, no Pina, e já chama a atenção da população que circula pela área.

Unidade popular e sindical

A assembleia desta quarta contou com expressiva participação da categoria e o apoio de diversas entidades sindicais e movimentos sociais, entre eles a CT, CUT e CSP-Conlutas, movimentos estudantis e organizações populares, demonstrando a ampla articulação em defesa do metrô como um patrimônio público e um direito da população.

A categoria permanece em estado de greve e novas paralisações poderão ser convocadas a qualquer momento, conforme os próximos desdobramentos.

Sindmetro-PE e Fenametro reafirmam: o Metrô do Recife deve continuar público. Privatizar é negar o acesso ao transporte para milhares de trabalhadores e trabalhadoras.