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O futuro sobre trilhos: na China, transporte sobre trilhos é motor do desenvolvimento

31.07.25 Destaques, Notícias Tags:, , ,

Enquanto o Brasil ainda apresenta projetos e discursos de intenções, a China transformou o transporte sobre trilhos em motor do seu desenvolvimento nacional.

Entre 2008 e 2024, a China saiu da dependência rodoviária e atingiu a liderança mundial em transporte sobre trilhos. Em apenas 16 anos, sua malha ferroviária saltou de 98 mil para mais de 160 mil quilômetros. Desses, mais de 45 mil quilômetros são dedicados exclusivamente à alta velocidade — o que representa dois terços de toda a malha de trens-bala do mundo.

Tudo começou com os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. Desde então, o país conectou regiões remotas a grandes centros urbanos, construiu estações monumentais e implementou linhas com uma frequência espantosa: quase uma nova linha por mês.

Desenvolvimento com sustentabilidade

E o avanço não para nas grandes obras. A China também está na vanguarda da inovação tecnológica ferroviária. Um exemplo disso é o CETROVO 1.0, o primeiro trem de metrô fabricado com fibra de carbono — o mesmo material usado em carros de luxo de alta performance.

Mais leve, mais eficiente e mais durável, esse trem consome menos energia e gera menos emissões de CO₂. Ou seja, não se trata apenas de mover pessoas: trata-se de mobilidade inteligente, sustentável e com alto valor agregado tecnológico. É o futuro sendo construído agora — e sobre trilhos.

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No Brasil? Seguimos com os mesmos 30 mil quilômetros de trilhos há décadas. E pior: segundo a AEEFSJ, apenas 12 mil estão efetivamente em uso. Projetos como o Trem-Bala São Paulo–Rio viraram lenda urbana. A Ferrovia Norte-Sul permanece “em fase de conclusão” há mais de 30 anos. Enquanto isso, seguimos ouvindo que “o problema é a topografia”, embora isso nunca tenha sido obstáculo para mineradoras e oleodutos.

A diferença entre os dois países não é só tecnológica — é de modelo de sociedade.

Na China, o transporte coletivo é pensado como parte de um modelo urbano eficiente, inclusivo e sustentável. A lógica é conectar pessoas, regiões e oportunidades. Já no Brasil, o transporte sobre trilhos segue abandonado ou capturado por interesses privados, com trens turísticos fazendo o papel que deveria ser da espinha dorsal da mobilidade nacional.

É hora de pensar grande. É hora de entender que transporte sobre trilhos é questão de soberania, de justiça social e de futuro. E a Fenametro segue nessa luta: por um país que tire seus trilhos do papel e os coloque, de fato, nos caminhos do povo.