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SIMERJ INSTALA COMISSÃO DA VERDADE

24.01.14 Rio de Janeiro

Mais uma comissão da verdade de categoria profissional foi instalada no Estado do Rio de Janeiro. Depois dos petroleiros, professores e jornalistas aconteceu, nesta quarta-feira (15/1), a posse da Comissão dos Metroviários, que teve Geraldo Cândido, membro da Comissão da Verdade do Rio, como um de seus fundadores. O ato aconteceu na sede da instituição, na Praça da Bandeira, e contou com o depoimento dos ex-militantes Francisco Parente e Dênis Linhares.

Dênis citou em seu testemunho o nome de agentes da repressão que o torturaram, entre eles Chico Pinote e Zamith. Ele afirmou que, por conta da tortura, tem vários problemas de saúde. Mas não teve dificuldade para ingressar, em 1977, no Metrô. Disse que, na companhia, havia vários militares, mas que não havia a cultura da perseguição aos funcionários.

Já Francisco Parente preferiu não falar sobre as torturas que sofreu. Em seu depoimento, ele lembrou vários ex-companheiros. como Aloísio Palhano, militante do Sindicato dos Bancários, e que consta da lista de desaparecidos que “dedicaram suas vidas à democracia”.

“As marcas da tortura não vão sumir nunca. Elas são violentas e só quem sofreu pode mensurar a dor. Minha militância começou ainda na faculdade de Engenharia, em 1962, em apoio ao presidente Jango, cujo governo vem sendo denegrido ao longo dos anos. Parcela da sociedade ainda não sabe o que aconteceu no período da ditadura e, por isso, as comissões são importantes para que possamos valorizar a democracia que temos hoje”, disse Francisco. Parente.

A comissão ficou composta da seguinte maneira: dois representantes da direção do sindicato; um representante dos aposentados e dois indicados pela assembleia, sendo todos da categoria. Para o presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, que participou da solenidade, disse que o próximo passo é pedir a documentação do metrô para que se possa fazer uma pesquisa nesse acervo e descobrir, por exemplo, a razão da demissão de alguns funcionários.

“A CEV-Rio incentiva a instalação de comissões, seja nos municípios, nas universidades, em sindicatos. O Brasil não teve a mobilização social como em outros países, como Argentina e Chile, e o que fazemos ainda é pouco diante dos crimes e violações que foram cometidos durante a ditadura. Por isso, apoiamos a criação de novas comissões. Só assim vamos dar passos que consolidem a nossa democracia e nos façam superar o legado da ditadura”, disse Wadih.

Fonte: SIMERJ

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