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Fenametro leva voz da categoria à COP30: por transporte público e justiça climática

12.11.25 Destaques, Notícias Tags:, , ,

Em carta aberta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à COP30, a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) reforça que o transporte público sobre trilhos é parte essencial da solução para enfrentar a crise climática e construir cidades mais justas e sustentáveis.

A entidade alerta para a contradição entre o compromisso ambiental do Brasil e a permanência de empresas estratégicas como CBTU e Trensurb no Programa Nacional de Desestatização, reafirmando a luta contra a privatização do metrô do Recife e em defesa de um transporte público estatal, eficiente e de baixo impacto ambiental.

CARTA ABERTA DA FENAMETRO à COP 30

Ao Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva

Excelentíssimo Senhor Presidente.

Pelo transporte público sobre trilhos como caminho real para a redução dos poluentes e a justiça climática.

A Federação Nacional dos Metroviários – FENAMETRO, entidade que representa trabalhadores e trabalhadoras do sistema metro-ferroviário em todo o Brasil, vem por meio desta carta aberta se dirigir à COP30 e à sociedade brasileira e internacional, reafirmando o papel essencial do transporte público sobre trilhos na construção de um futuro sustentável, justo e com menor emissão de poluentes.

Vivemos um momento decisivo da história humana. As mudanças climáticas já não são uma ameaça distante, mas uma realidade que impacta o cotidiano das populações — sobretudo das mais pobres, que são as primeiras a sofrer com eventos extremos e a degradação ambiental. Nesse contexto, a transição ecológica precisa caminhar lado a lado com a justiça social e com políticas públicas estruturantes, entre elas, o fortalecimento do transporte público coletivo e de qualidade.

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O sistema metro-ferroviário é um dos meios de transporte mais eficientes e menos poluentes do mundo. Um único trem pode substituir centenas de automóveis, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa, o consumo de combustíveis fósseis e a poluição sonora e atmosférica nas grandes cidades.
No Brasil, as empresas públicas CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e TRENSURB (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) são exemplos concretos de como o investimento público em transporte sobre trilhos pode gerar benefícios ambientais, econômicos e sociais.

No entanto, enquanto o Brasil se apresenta na COP30 como liderança global na pauta ambiental e no compromisso de reduzir poluentes, mantém no Programa Nacional de Desestatização (PND) empresas estratégicas como a CBTU e a TRENSURB.
Essa postura é uma contradição profunda.
Como o país pode falar em sustentabilidade e em mobilidade verde enquanto tenta privatizar justamente as empresas públicas.

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO METRÔ DO RECIFE!

Luiz Soares de Oliveira
Presidente da FENAMETRO e do SINDMETROPE