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Metrô é do povo, não do mercado”: Fenametro denuncia privatização e cobra Lula

29.09.25 Destaques, Notícias Tags:, , ,

Em uma semana marcada por audiências públicas, reuniões no Congresso, encontros no governo federal e intensa mobilização em Recife, a Fenametro e o Sindmetro-PE reforçaram sua posição contra a privatização da CBTU Recife e da Trensurb, no Rio Grande do Sul.

À frente das articulações, o presidente Luiz Soares detalha como foi a agenda em Brasília, as críticas ao projeto de desestatização e a defesa de um metrô público, recuperado e com tarifa zero, como política de mobilidade social para a classe trabalhadora.

Fenametro: Como avalia a semana de lutas em Brasília pela defesa da CBTU e da Trensurb?
Luiz Soares: Foi uma semana intensa e de avanços concretos. Realizamos uma grande audiência pública em defesa da retirada da CBTU e da Trensurb do Programa Nacional de Desestatização (PND). A audiência, convocada pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS), contou com parlamentares de grande relevância, como Renildo Calheiros (PCdoB/PE), Carlos Veras (PT/PE), Túlio Gadelha (REDE/PE), Pedro Campos (PSB/PE), dois deputados do PT do Rio Grande do Sul e a deputada Daiana Santos (PCdoB/RS). Foi um momento de força e unidade em defesa do transporte público federal.

Fenametro: Além da audiência pública, quais foram as principais articulações realizadas?
LS:
Tivemos uma agenda intensa de visitas a gabinetes, entregando documentos e dialogando com deputados e deputadas sobre a importância de retirar a CBTU e a Trensurb do PND. Eu, junto com Glaucia Castro e Rinaldo Lins, participei de reuniões estratégicas com lideranças como Edinho Silva, presidente nacional do PT, e dirigentes sindicais da Bahia, Paraíba e outros estados. Também realizamos reunião com a CBTU sobre a PEC da Segurança e, posteriormente, com Renildo Calheiros e Daiana Santos, para buscar caminhos em direção a uma audiência com o presidente Lula.

Fenametro: Enquanto a direção estava em Brasília, como se deu a mobilização em Recife?
LS:
Nosso vice-presidente, Thiago Mendes, conduziu atividades importantes na base, garantindo que a luta não ficasse restrita a Brasília e tivesse continuidade nas mobilizações locais em Recife. Além disso, concedeu várias entrevistas a rádios comunitárias de Pernambuco e participou de podcasts, sempre com altivez, denunciando o sucateamento do metrô, que precisa urgentemente ser recuperado — e só o governo federal tem condições de fazer isso. Ressaltou que, se houver privatização, a passagem vai aumentar e o serviço vai piorar. Defendeu ainda a tarifa zero, já uma realidade no Piauí, como caminho para garantir mobilidade social. O metrô deve permanecer público porque cumpre um papel essencial para o povo e a classe trabalhadora.

Fenametro: A união entre metroviários de Pernambuco e do Rio Grande do Sul ficou evidente nessa mobilização?
LS:
Sem dúvida. Essa união fortaleceu nossa voz em Brasília. Reafirmamos que Recife e Porto Alegre estão lado a lado contra a privatização. Em cada reunião, reforçamos que não se trata apenas de empregos, mas da defesa do transporte público como direito da população.

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Fenametro: Houve também reuniões no âmbito do governo federal. Como foram esses encontros?
LS:
Tivemos uma reunião na Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), com participação da deputada Fernanda Melchionna e outros dirigentes, discutindo questões fundamentais da CBTU e da Trensurb. Uma nova reunião já foi agendada para 17 de outubro, quando defenderemos os empregos e a permanência das empresas como públicas. Também fomos recebidos por Marcelo Fragozo, secretário da Secretaria-Geral da Presidência da República, onde apresentamos propostas debatidas no MGI. Foi uma oportunidade para reafirmar nossa posição e cobrar do governo federal uma definição em favor dos trabalhadores.

Fenametro: Outros diretores também tiveram agenda em Brasília. Como foi essa atuação?
LS:
Sim. Enquanto conduzíamos as reuniões centrais, diretores como Angelio Gomes, Maria da Conceição, José Natalício, Jane Dantas, Patrícia Serrano e Jonas Maropo visitaram diversos gabinetes, entregando a cartilha em defesa do metrô do Recife público e federal. Isso ampliou nossa presença e reforçou a pauta em diferentes espaços do Congresso.

Fenametro: A categoria também contou com apoio jurídico?
LS:
Estivemos com o escritório Garcez, que nos atualizou sobre as ações jurídicas em andamento. Esse suporte é fundamental para garantir que, além da luta política, tenhamos também uma frente jurídica sólida na defesa dos direitos da categoria.

Fenametro: Qual foi o papel da FENAMETRO e do Sindmetro-PE nas agendas públicas dessa semana?
LS:
Tivemos participação no Cerimonial de Posse da Nova Diretoria da Associação Nacional dos Técnicos, onde pude defender publicamente a retirada da CBTU e da Trensurb do PND e também a pauta da Tarifa Zero. Essa foi uma forma de dar visibilidade nacional à nossa luta.

Fenametro: Qual é a mensagem final ao governo Lula diante dessa mobilização?
LS:
Reconhecemos os avanços do governo em várias áreas, mas precisamos ser firmes: não faz sentido manter a CBTU e a Trensurb no PND. Privatizar é precarizar o transporte público e ameaçar milhares de empregos. O presidente Lula precisa retirar de vez essas empresas do programa de desestatização. Queremos que a agenda do governo seja de fortalecimento dos serviços públicos, e não de privatização. Seguimos unidos pela CBTU e pela Trensurb públicas, pela defesa dos empregos e pela construção da tarifa zero como um direito da população.